sábado, 20 de setembro de 2008

PARADE... OU NÃO PARADE


Ao ouvir uma reportagem da RTP, sobre a “GoatParade”, ou seja “CabraParada” que estava a decorrer em Vila Nova de Poiares, sim em Portugal…”… no interior de Portugal”, segundo uma interveniente na reportagem, fez-me questionar o fenómeno “Parade”. Tudo começou há uma década com o conceito de “CowParade” e actualmente é um fenómeno mundial.
A “VacaParada” teve as suas origens na cidade suíça de Zurique, quando Walter Knapp teve uma ideia que acabaria por arrastar milhões de pessoas dos cinco continentes: uma exposição de arte pública formada por vacas de tamanho natural nos distritos comerciais de Zurique. O seu filho, o escultor Pascal Knapp, ajudou a modelar três protótipos diferentes de vacas, inspirando-se na típica vaca castanha suíça. Quase 800 vacas de fibra de vidro foram dispostas pelas ruas da cidade, atraindo centenas de milhares de visitantes, incluindo Peter Hanig, o proprietário de um negócio de calçado de Chicago, que ficou fascinado pela ideia.
Foi Hanig, junto com o advogado Jerry Elbaum, quem converteu a CowParade num fenómeno. Chicago recebeu o desembarco das vacas nos Estados Unidos. O evento foi um êxito. Nova Iorque não quis fazer por menos e celebrou a entrada no novo milénio enchendo os seus lugares más emblemáticos de bovinos de fibra de vidro em tamanho natural. O presidente da Câmara, Rudolf Giuliani, prestou todas as suas energias e todo o seu apoio ao projecto. A Chicago seguiram outras cidades americanas e, do outro lado do oceano, Londres. Depois de ter passado por Nova Iorque, as grandes urbes do mundo juntaram-se desde então ao projecto: Tóquio, São Paulo, Buenos Aires, Paris, Moscovo, Barcelona, entre outras tantas cidades, a CowParade chegou às ruas de Lisboa em 2006.
Até finais de Janeiro de 2006, os portugueses foram convidados a enviar as suas propostas de pintura, decoração ou outra intervenção artística nas esculturas bovinas para o website oficial do evento http://cowparadelisboa.sapo.pt. Às empresas e marcas também foi dada a oportunidade de “patrocinarem uma vaca”, existindo para o efeito pacotes adaptados à área de negócio e com diferentes níveis de intervenção.
Do total das propostas recebidas, a CowParade Internacional, com a colaboração da Sociedade Nacional de Belas Artes, seleccionaram aquelas que serão exibidas nas ruas e espaços públicos de Lisboa, entre os meses de Junho e Outubro de 2006.
No final da exposição, as vacas foram vendidas em leilão público revertendo o valor angariado para a MecenatoNet, que beneficiou oito instituições de solidariedade social portuguesas, nomeadamente, Espaço T, ACAPO, AMI, APAV, Chapitô, Cruz Vermelha Portuguesa, Escuteiros de Portugal e Liga dos Bombeiros Portugueses.
A CowParade converteu-se na maior exposição de arte pública do mundo, vista por mais de 200 milhões de pessoas, verdadeiras obras de arte contemporânea. Terminada uma exposição, realiza-se o leilão de vacas, até ao momento angariou-se mais de 13 milhões de euros para fins de beneficência, e mais de 10.000 artistas desenharam e pintaram 5.000 vacas em 50 cidades dos cinco continentes. A CowParade foi considerada pela revista internacional “Advertising Age” como uma das 10 melhores ideias de marketing em 2001.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

HOJE É O DIA!

Apesar de entre nós a comunidade muçulmana não ser muito expressiva, não devemos ignorar uma religião que tantos anos esteve presente no nosso território. Por outro lado, é de extrema importância o conhecimento de uma tradição milenar, que seguramente podemos encontrar em qualquer país ou ser muçulmano.
Existem 5 pilares do Islão, um deles é o Ramadão, dos outros falaremos oportunamente.
O Ramadão (em árabe رَمَضَان ramaḍān) é o nono mês do calendário muçulmano, com 30 dias, conhecido internacionalmente por ser o mês em que os muçulmanos realizam um jejum diário desde o nascer do sol até ao por do sol.
A palavra ramadão usa-se em português para designar o referido jejum, cujo nome em árabe é ṣawm (صَوْم), que significa "mês quente", porque a maioria das vezes coincide com os meses de verão.
O calendário islâmico é lunar. Os meses começam quando é visível o primeiro quarto crescente depois da lua nova, o que quer dizer, um par de dias depois desta. O ano no calendário lunar é 11 ou 12 dias mais curto que no calendário solar, por isso as datas do calendário muçulmano não coincidem todos os anos com as datas do calendário gregoriano, de uso universal, dando a impressão de que o ano muçulmano se desloca sobre o ano cristão. A próxima data para o mês do Ramadão do ano 1429 da Hégira inicia-se hoje (2 de Setembro) e termina a 1 de Outubro de 2008.
O jejum é a abstinência total de tudo aquilo que rompe a meditação (comida, bebida ou relações sexuais) desde o nascer até ao pôr-do-sol.
O jejum dos mês do Ramadão é obrigatório a todo o muçulmano adulto. No que respeita à mulher, deve estar fora da menstruação, não deve jejuar o doente mental, nem o menor, nem a mulher durante a menstruação, assim como a grávida, a lactante que teme pelo seu filho, nem os anciões débeis.
Dos meus contactos com países islâmicos, nunca coincidiu com o Ramadão, por este motivo nunca fiquei sujeito a estes condicionantes.

sábado, 30 de agosto de 2008

Expresso Única, 30 de Agosto 2008. Pages 72 - 73


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Todos nós já fomos por algum motivo a uma loja chinesa. A maioria das vezes encontramos objectos semelhantes aos originais, mas que não passam de cópias. Para a cultura chinesa copiar originais é um elemento essencial, enquanto na Europa copiar é uma acção condenável.
Entendemos a copias como tentativa de apropriação de propriedade, pirataria ou outras coisas mais complexas, são substituídas (lá) por uma forma de apreço, de consideração e de estima pelo objecto original. Muitas vezes copia-se para tentar melhorar o original e assim sucessivamente se volta a copiar a cópia, numa tentativa de supera-lo.
O que se passa com as crónicas semanais de Gonçalo Cadilhe – Coordenadas Soltas, para a Revista Única do Jornal Expresso é muito semelhante à cultura chinesa, apreço e consideração por este aventureiro que fez do mundo a sua casa. Por este motivo algumas vezes farei eco do que se vai passando.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

O Início da Aventura...


Há pouco mais de dois anos tinha na minha mão este bilhete de comboio, estava prestes a iniciar uma grande aventura. Sabem qual foi???...

sábado, 15 de julho de 2006

Aventuras ou simplesmente um estado de espirito...

Este blog pode ter um título excessivamente pomposo, mas esperemos que as circunstâncias o justifiquem. Espero que as aventuras ou simplesmente as vivências de viajante sirvam para activar o espirito intrínseco do ser humano, a vontade de descobrir.

A “Alma de viajante” é adquirida com a percepção do viajar, quando sentimos que estamos a viajar, sentimo-nos mais reforçados. Por este motivo quem se interroga sobre “o porquê” de viajar sobre uma bicicleta, então nunca irá entender o verdadeiro conceito da “alma de viajante”. Aqui tudo é mais lento, a velocidade permite-nos:


Sermos absorvidos por uma nuvem de crianças quando chegamos a uma aldeia perdida no meio dos Atlas (Marrocos) e sabermos que provavelmente seremos a notícia das próximas semanas para esta comunidade.

  • O cheiro a maresia quando se faz a circunvalação do maior lago da Europa, o Bodensee ou Lago de Constância (Alemanha, Áustria e Suíça) apesar de estarmos bem longe do mar.
  • O incentivo que as pessoas de uma pequena aldeia no Deserto de los Monegros (Espanha) podem dar, ao se aperceberam que afinal o seu local foi importante para aquele grupo numa rota tão grande.
  • O sentido de missão cumprida quando nos surge entre as arvores a torre da Basílica do Santuário de Fátima (Portugal) depois de realizado o Caminho do Tejo.
  • Assim como do sentido de desilusão quando se tem que desistir, ou melhor adiar para melhor altura, a realização da Rota do Califato (Espanha) devido às más condições do terreno.

Por estes motivos, viajar é descobrir algo pela primeira vez, que nos cria algo de novo.

A informação disponível sobre os locais pode ser imensa, mas só se conhece verdadeiramente um local quando o pisamos, quando respiramos o seu ar, desta forma, somos cidadãos daquele local e sentimo-nos em casa em cada lugar por onde passamos.

Estão reunidas as condições para iniciarmos uma viagem que nada tem de semelhante com aquela que normalmente se faz, aqui não há pacotes turísticos, aqui há pessoas e a sua forma de se integrarem na paisagem, o resto descubra você no local